REDE PRÓ-UC DIZ QUE REABERTURA DA ESTRADA DO COLONO É DESCALABRO
2001-08-31
A diretora da Rede Pró-Unidades de Conservação (Rede Pró-UC), Maria Tereza Jorge de Pádua, disse que qualquer tentativa de reabertura da Estrada do Colono, que corta o Parque Nacional do Iguaçu, deve ser considerado um ato de insanidade e de total descalabro para com a população. - Se a ameaça dos moradores e políticos eleitoreiros de invadir novamente o Parque para reabrir a estrada for concretizada, teremos o suprassumo do absurdo instalado no País, um verdadeiro caos governamental, afirmou Maria Tereza, integrante do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e ex-presidente da Funatura (Fundação Pró-Natureza). Maria Tereza considerou uma afronta os integrantes da Aipopec e moradores da região anteciparem a invasão do Parque Nacional, terra de uso comum do povo brasileiro e Patrimônio da Humanidade, título concedido pela Unesco. - O Governo Federal vai precisar agir com rigor, sem titubear, sob o risco de ficar desmoralizado e passar uma vergonha internacional, declarou, acrescentando que esta mesma situação ocorreu há quatro anos e o governo ficou de braços cruzados, enquanto a área sofria as consequências de uma degradação ambiental. Para Maria Tereza, a manutenção do fechamento da Estrada do Colono é uma questão sacramentada. - A legislação é clara quanto a segurança e preservação das Unidades de Conservação e no caso específico da estrada do colono todas as decisões judiciais, incluídas as de última instância, reafirmaram o fechamento da rodovia, afirmou. Maria Tereza referiu-se a sentença do STF (Supremo Tribunal Federal) que confirmou a decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região que havia determinado o fechamento no ano passado. Maria Tereza lamentou que os moradores estejam vendo a situação como uma atitude insensível do Ibama. - Nós não estamos tratando de uma propriedade qualquer. Estamos tratando do último remanescente de floresta semidecídua de toda a América e de um dos primeiros parques nacionais criados por decreto federal, explicou. Segundo ela, os 18 quilômetros da mata que foram abertos dentro do Parque Nacional do Iguaçu estarão cobertos novamente por vegetação dentro de um período de cinco a dez anos, mas a recuperação ecológica da unidade de conservação só deverá ocorrer dentro de 30 anos. - O retorno das espécies tanto de fauna como de flora só deve ocorrer dentro de três décadas, afirmou Maria Tereza.