Justiça dos EUA quer transparência sobre transporte de material perigoso
2005-03-28
Um juiz federal desafiou a administração Bush, no final da semana passada, a revelar quais passos serão dados para prevenir ataques a trens que carregam substâncias químicas perigosas. Com o objetivo de evitar o carregamento de um material perigoso no próximo dia 11 de abril, o juiz Emmet G. Sullivan, disse que estava interpelando o governo federal para que explicasse como iria proteger o carregamento de um suposto ataque.
A empresa CSX, que tem seu pátio de trens em Cumberland, e o Departamento de Justiça, assinalaram que as medidas de segurança devem permanecer secretas. Mas o juiz discorda: –Como alguém dará ao conselho municipal e aos cidadãos qualquer garantia de que o governo federal está fazendo algo a respeito do problema?, questionou.
Segundo a empresa CSX Transportation e o Departamento de Justiça, a interferência judicial, neste caso, implica violar a Constituição ao interferir no comércio interestadual. –Isto é inconstitucional e está além da autoridade do Conselho do Distrito de Columbia, disse o advogado da CSX, Irving Nathan.
Para a procuradora Caroline Wolverton, do Departamento de Justiça, tais informações não estão publicamente disponíveis, e há razões de segurança para isto.
Advogados do Distrito e do Sierra Club, que Sullivan admitiu serem, codefensores da causa de abrir as informações, disseram que esta é uma situação especial. Um oficial do governo estimou que, na pior hipótese, um carregamento de 90 toneladas de cloro poderia matar cem mil pessoas em meia hora, no centro de Washington, causando prejuízo de US$ 5 bilhões. (Washington Post, 24/3)