Pesquisador defende agricultura de precisão para diminuir efeitos do agronegócio no Pantanal
2005-03-24
Enquanto a única maneira de diminuir a emissão dos gases seria a assinatura do Protocolo de Kyoto, o diretor do programa Ambiental do Pantanal, ligado à Universidade das Nações Unidas e pró-reitor de pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso, professor Paulo Teixeira, defende que para resolver o problema do agronegócio a solução seria desenvolver pesquisas para minimizar os impactos. - Esse é um processo irreversível, não podemos agora chegar aqui e dizer que não vai ter mais agronegócio, isso é irrealista. Temos é que encontrar formas de adequar esse processo para que cause o mínimo de impacto ambiental possível. É aí que as universidades e as instituições de pesquisa têm muito a contribuir - explica Teixeira.
Utilizar os recursos da maneira mais racional possível, exemplifica o pró-reitor, seria uma maneira de diminuir esse impacto. - Empregando a agricultura de precisão, que propicia o uso da quantidade mínima possível de agroquímicos; seguindo orientações e usando esses herbicidas de maneira adequada. É impossível reduzir a zero o impacto de atividade humana, qualquer atividade humana vai gerar algum impacto, o que se pode fazer é diminuir ao mínimo possível - defende.
Estudos realizados por consultores das Nações Unidas revelam que uma elevação global da temperatura em torno de quatro graus pode eliminar 85% dos territórios das áreas úmidas do mundo. Há uma grande mudança climática acontecendo no mundo e a conseqüência disso é a concentração de gás carbônico na atmosfera, apontam os estudos. O gás carbônico tem crescido bastante, afirmam, em função da queima de petróleo e derivados. De acordo com Teixeira, o Pantanal tem grande importância climática porque atua como um filtro de carbono, estabilizando o clima da região. (Último Segundo, 24/03)