Intoxicação massiva em Córdoba: água estaria contaminada
2005-03-24
Cerca de 80 habitantes da localidade cordobesa de Salsipuedes, na Argentina, apresentaram sintomas de intoxicação, na terça-feira (22/3), que foram atribuídos à ingestão de água. Por este motivo, foram fechados os poços que abastecem a zona.
Os casos foram verificados em moradores do bairro Cerro del Sol, dessa localidade, 34 quilômetros ao kilómetros ao Norte de Córdoba. Os afetados apresentaram dor de estômago, febre, diarréia e vômitos. O serviço de atendimento à saúde local foi insuficiente para atender todos os intoxicados. Segndo alguns moradores, a água consumida parecia ser muito branca, mas eles pensaram tratar-se de excesso de cloro.
Conforme a Autoridad Regulatoria Nuclear (ARN), que colheu amostras para a realização de exames na água, e as levou ao Centro Atômico Ezeiza, não há contaminação radiológica.
Esta nova informação da ARN consiste na análise da perícia realizada pelo técnico Fernando Díaz, que havia denunciado, em seu trabalho, a contaminação da água de poço en Monte Grande, Ezeiza e Esteban Echeverría. O perito assegurou que o Centro Atômico era quem causava essa contaminação, com urânio e nitratos, e que a população da zona deveria ser abastecida com água potável para evitar danos à saúde. Contudo, a ARN insistiu que a contaminação não existe, tal como sustentam os documentos que publica em sua página de web.
Contudo, a organização ambientalista Greenpeace reclamou ontem (23/3) ao ministro da Planificação Federal, Julio de Vido, que feche o Centro Atômico Ezeiza. Em um protesto, ativistas disfarçados de garçons tentaram servir água com urânio ao ministro. –Apesar da Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA) minimizar a contaminação, a perícia independente encarregada pela avaliação assinala que a água não está apta para o consumo humano em 74% dos poços amostrados, afirmou Juan Carlos Villalonga, da Greenpeace. (Clarín, 24/3)