As células-combustível de hidrogênio deverão começar a ser utilizadas em escala comercial no Brasil a partir de 2015. Essa é a expectativa da secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Maria das Graças Foster. Ela explicou que o ministério investirá de US$ 5 milhões a US$ 10 milhões para formar uma carteira de projetos de desenvolvimento do uso do combustível.

Já o Ministério de Ciência e Tecnologia investirá, somente neste ano, R$ 8 milhões em projetos de pesquisa sobre o novo combustível, segundo Claúdio Júdice, coordenador de Tecnologias Setoriais do Ministério. O volume é o dobro do investido no ano passado.

– A realidade do hidrogênio precisa acontecer rapidamente por uma questão ambiental e de substituição do uso do petróleo, afirmou a secretária. Segundo Maria das Graças, um dos objetivos das pesquisas ainda é reduzir os custos dessa fonte energética. Ela lembra que a alta dos preços do petróleo ajuda a aumentar a competitividade econômica do hidrogênio e de outros combustíveis alternativos.

A secretária acrescenta que dos 65 megawatts (MW) de capacidade de geração de energia por meio do hidrogênio instalada no mundo atualmente, 850 quilowatts (KW) estão no Brasil. Maria das Graças contou que, na Universidade de Campinas (Unicamp), foi criado um carro experimental operando com hidrogênio. O projeto foi desenvolvido pela Unicamp em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME).

Segundo a secretária, o Brasil apostará no desenvolvimento da produção de hidrogênio a partir principalmente do álcool, combustível mais abundante no Brasil. Entretanto, como no mundo todo se investe mais na produção do combustível a partir do gás natural, Maria das Graças acredita que a comercialização do hidrogênio primeiramente no país será atingida antes por meio da produção a partir do gás. Já a fabricação das células-combustível a partir do álcool ocorreria, segundo ela, por volta de 2020.

A secretária e o coordenador do Ministério da Ciência e Tecnologia participaram do 4º Encontro Internacional sobre o Uso do Hidrogênio, realizado no Rio. Durante o seminário, o MCT apresenta o roteiro de como o Brasil deve implementar seus programas de hidrogênio. (O Globo 22/03)