Plantio modificado prejudica vida selvagem, diz pesquisa britânica
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2005-03-23
A conclusão da maior série de estudos do impacto de plantações de alimentos transgênicos mostrou que há danos à biodiversidade em três de quatro diferentes plantios geneticamente modificados. Todas as pesquisas foram realizadas no Reino Unido.
A série mostrou que os superpoderosos pesticidas a que as plantações geneticamente modificadas são projetadas para resistir trariam mais danos para as regiões já devastadas pela agricultura intensiva. Apenas um dos quatro testes em grande escala, conduzidos por quase cinco anos, mostrou que o cultivo de OGMs pode ser menos danoso para pássaros, flores e insetos do que o equivalente não-modificado --e até mesmo esse foi considerado falho, porque o agrotóxico exigido por aquela plantação em particular (uma variedade de milho transgênico criada pela companhia Bayer) era tão destrutivo que estava para ser banido na União Européia.
Segundo o estudo, o plantio causa danos significativos a flores selvagens, borboletas, abelhas e provavelmente pássaros, todos dependentes, direta ou indiretamente, das ervas daninhas que surgiam nas plantações e são eliminadas pelo pesticida. De acordo com os resultados, o número de borboletas caiu em dois terços e as populações de abelhas se reduziram à metade.
Embora o experimento não tenha feito menção à catastrófica perda de pássaros que habitavam regiões agrárias do Reino Unido nos últimos 50 anos, os ornitólogos alertam: os resultados sugerem que cultivar canola transgênica poderia quase certamente exacerbar o problema. (Folha Brasil, 22/03)