Ong critica monocultura do eucalipto no Rio Grande do Sul
2005-03-22
Por Carlos Matsubara
A organização não-governamental Núcleo Amigos da Terra (NAT) é radicalmente contra os empreendimentos florestais que estão planejados para o Rio Grande do Sul. Por empreendimentos florestais, leia-se plantações de eucalipto para produção de papel e celulose, capitaneados pela Aracruz e Votorantim Celulose e Papel. Káthia Vasconcellos Monteiro, uma das coordenadoras da ong no Estado explica: — A sustentabilidade que se prega é inviável com qualquer tipo de monocultura. Para a ambientalista, a solução para o desenvolvimento da Região Sul, alvo dos principais projetos, seria o manejo integrado de culturas, em especial, privilegiando a pecuária. — A pecuária é tradicional do Pampa e a alternativa mais saudável do ponto de vista ambiental e econômico.
Káthia estranha a disposição do governador Germano Rigotto em incentivar o plantio de eucalipto em detrimento da pecuária. — Sempre se soube do compromisso dele (Rigotto) com os pecuaristas da região, afirma. Sob o ponto de vista econômico, a ong acredita que a monocultura de eucalipto pode trazer prejuízos para o produtor que nela investir. — Hoje há demanda de madeira, mas e daqui há vinte ou trinta anos, questiona? Esse modelo de desenvolvimento proposto pelas empresas do setor e pelo Governo do Estado é considerado pelos ambientalistas do NAT como Deserto Verde. A ong faz parte da Rede Mundial de Florestas contra o Reflorestamento e estará presente no Seminário Reflorestamento e Desenvolvimento Sustentável, promovido pelo Ambiente JÁ no próximo dia 30 de março, em Porto Alegre.