Kilimanjaro: uma prova do efeito estufa
2005-03-22
O Monte Kilimanjaro, na Tanzânia, é a montanha mais alta do continente africano e também um de seus mais conhecidos cartões-postais. Mesmo se situando numa região de clima tropical, seus 5 895 metros de altitude permitiram que nos últimos 11 mil anos o cume permanecesse coberto de neve. Anualmente, 20 mil turistas visitam a região para conhecer as paisagens descritas por Ernest Hemingway em seus romance autobiográfico As Neves do Kilimanjaro.
A notícia chocante é que as famosas neves do monte, um maciço vulcânico, praticamente desapareceram, depois de definhar a olhos vistos nos últimos 20 anos. Tudo indica que por trás do fenômeno está o aquecimento global. Na semana passada, o Monte Kilimanjaro se transformou num dos símbolos dos ambientalistas. Fotos da montanha já sem neve foram distribuídas num livro aos ministros da área de energia e meio ambiente de 20 países que se reuniram em Londres para discutir o combate ao aquecimento global.
Segundo um estudo do Byrd Polar Research Center, da Universidade do Estado de Ohio, desde 1912 o Kilimajaro vem perdendo lentamente sua cobertura gelada em conseqüência de uma ligeira mudança no clima africano, que se tornou mais seco. Nada que se compare, porém, à evaporação ocorrida recentemente por causa do efeito estufa. – No início do século passado havia 12 quilômetros quadrados de gelo no topo do Kilimanjaro e, em 2000, apenas 2,2, informa o autor do estudo, o climatologista Lonnie G. Thompson. – Até 2020 o gelo terá sumido completamente, ele prevê. (Veja, 23/3)