Agências de energia atômica defendem potencial nuclear ante desafios energéticos
emissões de co2
2005-03-22
Os diretores-gerais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El Baradei, e da Agência da Energia Nuclear (AEN), Luis Echávarri, destacaram nesta segunda-feira o potencial da produção atômica para enfrentar os desafios energéticos do mundo. Na abertura da conferência ministerial internacional sobre a energia nuclear no século XXI, realizada em Paris, os dois afirmaram que a energia nuclear é uma das soluções para combater a mudança climática causada pelas emissões de dióxido de carbono e responder ao aumento da demanda energética no mundo.
El Baradei admitiu que a energia nuclear traz uma série de riscos, como acidentes, a gestão dos resíduos e as ameaças de proliferação. Para El Baradei, é necessário haver um controle coletivo do enriquecimento do urânio e fazer o possível para controlar o material nuclear, pois essas são condições - segundo acredita - para fortalecer a credibilidade que a energia nuclear vem recuperando.
Já Echávarri destacou os problemas da energia nuclear diante das necessidades de abastecimento e da mudança climática. Em relação a este ponto, o diretor-geral da AEN disse que o Protocolo de Kyoto - que prevê a manutenção das emissões de CO2 até 2010 - é um passo muito tímido. Depois de insistir que as centrais atômicas - que são responsáveis por 24% da eletricidade da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) - não produzem dióxido de carbono, lembrou que o problema das emissões do CO2, principal responsável pelo efeito estufa, é seu caráter acumulativo.
El Baradei garantiu que a energia nuclear não concorre com as renováveis, que por enquanto não estão suficientemente desenvolvidas tecnologicamente para oferecer fontes de abastecimento que respondam ao crescimento da demanda. (UOL, Últimas Notícias, 21/3)