A região Sul começou a receber hoje um reforço extra de energia do Sudeste para reduzir o máximo possível a queda do nível de armazenamento de água dos reservatórios. O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Mário Santos, descartou qualquer possibilidade de racionamento de energia na região e disse que a partir de segunda-feira cerca de 40% do consumo de energia do Rio Grande do Sul estará sendo suprido pela exportação de energia do Sudeste.

De acordo com Mário Santos, mesmo que a seca permaneça pelos próximos 30 dias, o reforço de energia será suficiente para evitar que o atual nível de armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas caia dos atuais 39% para 22%, nível considerado de risco. — Já estamos no final do período de estiagem e adotamos todas as providências para evitar chegar a um nível crítico. A situação está sob controle - assegurou.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, entre as ações já adotadas está a importação de 250 megawatts (MW) médios da Argentina e a utilização de 1.300 megawatts médios das usinas térmicas locais. A região Sudeste já vinha fornecendo 2.850 megawatts médios de energia para o Sul nos últimos dias. Esse fornecimento começou a ser elevado hoje em cerca de 400 megawatts, devendo atingir na segunda-feira um total de 4.300 megawatts médios.

Com todo esse reforço, cerca de 60% da energia consumida no Estado, da ordem de 8.500 megawatts médios, estará sendo fornecida fora das hidrelétricas tradicionais, sendo 40% do sudeste e 20% das térmicas mais a importação da Argentina. A exportação de energia do Sudeste para o Sul não vai trazer problemas para a região porque o Sudeste vem até perdendo água. — Temos bacias sangrando - disse Mário Santos. (Agência Estado, 19/03)