Ações ecológicas individuais propõem pequenas mudanças
2005-03-18
Somente no Brasil, são produzidas 230 mil toneladas de lixo por dia, o equivalente a duas filas de caminhões de lixo de cinco toneladas. Muitas vezes tachadas de ecochatas ou biodesagradáveis, são pessoas que realizam ações corretas em doses homeopáticas, produzindo lá adiante transformações na sociedade inteira.
Plantar árvores em lugares públicos, priorizar o uso de transportes coletivos e de bicicleta, evitar consumir produtos supérfluos ou ecologicamente incorretos e separar o lixo para a reciclagem são alguns desses atos isolados de defesa da natureza, que estão cada vez menos ligados ao romantismo e mais à sustentabilidade.
O secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, chama essas atitudes de revoluções pessoais. Ele dispensou o uso do carro oficial para ir trabalhar todos os dias de bicicleta.
O diretor de educação ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Sorrentino, acredita que existam dois tipos de impacto ambiental derivados dessas iniciativas pessoais. -Um deles são mudanças no clima, no número de árvores das cidades e nos aterros sanitários que parecem pequenas, já que as transformações mais significativas vêm por meio de políticas públicas. O segundo, e mais importante, é cultivar uma postura de cuidado com a vida, que visa a construção de novos modelos de sociedade- afirma. O biólogo Rogério Parentoni, doutor em ecologia e professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, também acredita na força desse tipo de ação. De acordo com Parentoni, há um efeito multiplicador associado às ações individuais. Para ajudar na mudança de hábitos, o biólogo defende a educação ambiental em escolas. (Folha Equilíbrio, 17/03)