Movimento quer participação popular na decisão de construir grandes barragens
2005-03-16
Três focos de mobilização contra a construção de usinas hidrelétricas deram origem ao Movimento Nacional dos Atingidos por Barragem (MAB) no início da década de 70. Em 1991, foi criado o MAB com o objetivo de organizar ações contra a construção de grandes barragens. Hoje, o MAB propõe a elaboração de uma nova política energética para o país e o desenvolvimento de formas alternativas de energia. O movimento defende a participação da população nas decisões sobre a construção da barragem, o destino das famílias deslocadas e os impactos ao meio ambiente. A entidade também pede alterações no setor elétrico para acabar com desperdícios e garantir acesso à energia para as famílias atingidas por barragens.
Em 1997 foi criada na Suíça, a Comissão Mundial de Barragens (CMB), formada por representantes de organizações não-governamentais, movimentos sociais, empresas construtoras de barragens, entidades de financiamento e governos. A comissão estuda os impactos da construção de barragens no mundo. Segundo a comissão, um milhão de brasileiros já foram retirados de suas terras pela construção de hidrelétricas no país. Caso sejam construídas as 494 usinas previstas até 2015, estima-se que mais 800 mil pessoas terão que sair de seus territórios. (Eco Agência, 14/03)