Por Carlos Matsubara

Cinco agricultores pertencentes ao Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB) de Santa Catarina foram presos na madrugada de sábado (12/3) no município de Campos Novos. No momento da prisão, todos estavam em suas casas e foram encaminhados ao presídio da cidade. São eles: Aurélio Dutra, Carlos da Silva, Dorneles Chinato, Edio Grasse e Leodato Vicente. Mais seis lideranças estão com o mandado de prisão decretado pela juíza local, Adriana Lisboa.

A direção do MAB reagiu às prisões afirmando que — se trata de uma ação intimidadora que busca impedir denúncias contra práticas das empresas construtoras de barragens que fraudam relatórios ambientais, como no caso de Barra Grande, na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo Leandro Scalabrim, advogado do MAB, nem sequer existe um processo contra os atingidos. — É o primeiro caso de prisão preventiva por descumprimento de interdito proibitório que se notícia desde os tempos da ditadura militar, acusa.

Para a direção do MAB, a ação em Campos Novos não é isolada. Eles citam a presença do Exército na barragem de Tucuruí (PA) e o ataque pela polícia em Rio Casca (MG) pela Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Jurumirim. Alias, a presença do exército em Tucuruí foi anunciada pelo comandante da operação, general Jairo César Nass, na edição do dia 23 de fevereiro de O Globo. Já o incidente em Minas Gerais, no início deste mês, deixou um saldo de seis líderes presos e 35 feridos. Entre os feridos, segundo O MAB, estavam seis mulheres, duas delas grávidas. — A polícia não permitiu que os feridos fizessem o laudo ou dessem queixa na delegacia do município, acusam.