Espanha pode entrar em período de seca
2005-03-16
A ministra do Meio Ambiente da Espanha, Cristina Narbona, informou, nesta terça-feira (15/3), que durante este ano, não haverá problemas de abastecimento de água, mas que, ao contrário, este abastecimento está assegurado, apesar de o país estar entrando em um ciclo de seca, que exigirá gestão e medidas de restrição.
Em declarações à imprensa no Congresso dos Deputados, Narbona explicou que o governo tomou algumas medidas de emergência nas bacias de Segura e para as cidades de Ceuta e Melilla, atingindo um total de 104 milhões de euros.
A ministra, que compareceu ontem (15/3) diante da Comissão de Meio Ambiente, indicou que, na Espanha, perdem-se 5 mil hectômetros cúbicos por ano de água na rede de distribuição. Ela anunciou uma emenda socialista para que o PHN inclua uma menção aos direitos das bacias receptoras de água, que agora unicamente referem-se às bacias dominantes.
Segundo a ministra, durante o ano hídrico de 2005, que vai de 1º de outubro de 2004 a 30 de setembro de 2005, as precipitações reduziram-se entre 30% e 40% com respeito ao último decênio. – Se esta situação persistir e não houver chuvas copiosas na primavera, haverá que se tomar medidas para mitigar os efeitos em algumas bacias, disse Narbona.
A ministra referiu-se à bacia del Duero, onde, conforme ela, se a seca persistir, poderá haver problemas, já que não existem reservas de neve suficientes para recuperar os níveis daquela bacia. Ela explicou que a decisão de transvasar o caudal del Duero a Portugal não será tomada até 31 de maio, enquanto a decisão sobre o transvase de 600 quilômetros cúbicos do caudal de Guadiana será realizada em 31 de março e, possivelmente, implique o deságue adicional de 100 a 120 hectômetros para que se possam cumprir os compromissos.
Já em Ceuta, foram decretadas ações de emergência que demandaram 3,8 milhões de euros pare reduzir as perdas da rede urbana de abastecimento, atualmente 40% do total. E em Melilla, igualmente por emergência, foram decretadas ações sobre o tratamento em uma estação de potabilização, no valor de 7,7 milhões de euros. (El Mundo, 15/3)