A atmosfera da Grande Porto Alegre foi empestada na manhã do dia 11 por um nevoeiro enfumaçado. Foi a conjugação de dois problemas relacionados - a seca e os incêndios dela derivados -, com uma condição atmosférica: a concentração de gases, provocada pela ausência de vento. É a inversão térmica, fenômeno que ocorre poucas vezes por ano.

- Como na madrugada o ar frio fica mais denso, a fumaça desce. Nesta época de seca os ventos estão escassos, e a poluição permanece estática sobre a cidade, sem ser dissipada - explica o meteorologista Glauco Freitas, da Central de Meteorologia.

A fumaça foi provocada por incêndios na Área de Proteção Ambiental do Delta do Jacuí. Pessoas que corriam nos parques tiveram dificuldades de respirar, porque as partículas oriundas das queimadas faziam as narinas arder.

A intensidade da inversão foi tamanha que o ar da Capital ganhou a classificação Qualidade Inadequada - uma das poucas vezes em que isso aconteceu este ano. Quando a atmosfera está assim agravam-se casos de rinites e outras alergias semelhantes. À tarde o fenômeno se dissipou. (ZH 12/03)