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2005-03-14
Por Elmar Bones

A PDVSA, estatal venezuelana do petróleo, comprou mesmo a Petróleo Ipiranga, do Rio Grande do Sul, por 1 bilhão e 200 milhões de dólares.

A informação saiu quarta ou quinta-feira da avenida República do Chile, 65, no Rio de Janeiro, sede da Petrobrás, sem fonte identificada. Chegou à imprensa, mas nenhum repórter conseguiu ainda confirmar. No meio, está sendo considerada “a bomba do século”.

A venda da Ipiranga gera bochichos no mercado há dois anos, desde que se tornou pública a intenção dos sócios de vender o grupo. No ano passado a Petrobrás chegou a fazer uma proposta, cujo valor não se ficou sabendo, mas que teria sido considerado “humilhante” pelos controladores. Comenta-se no meio que teriam sido 150 milhões de dólares.

Tampouco a negociação com a PDVSA é novidade. Em outubro do ano passado, o site www.geologo.com.br publicou uma nota sobre o interesse da estatal venezuelana em comprar o patrimônio da Ipiranga, que incluem a refinaria e todo o sistema de distribuição que não se restringe ao Rio Grande do Sul. Dias depois, a Reuters Investor confirmava: PDVSA afirma que contatou Ipiranga para comprar ativos. Dava como fonte o presidente da PDVSA, Ali Rodrigues.

Em fevereiro deste ano, o negócio chegou à coluna de Ricardo Boechat, no Jornal do Brasil, anunciando que a venda se consumaria nos próximos dias. Adiantava um detalhe: - Talvez entre grana do BNDES na parada. Dias depois, a revista IstoÉ Dinheiro deu dez linhas sobre A missão secreta de Chávez.

O presidente venezuelano teria aproveitado sua presença no Fórum Social Mundial para encontrar-se com os controladores da Ipiranga. — O desejo de Chávez é um só: comprar não só a unidade petroquímica do grupo, como também a rede nacional de postos.

Nos últimos trinta dias, um véu de descrédito baixou sobre o assunto. Mas agora a informação volta a circular, reforçada desde sexta-feira por um fato concreto: no fechamento da Bovespa, uma forte movimentação com ações preferenciais deu sinal de que algo importante está acontecendo. Hipótese: a própria Ipiranga teria comprado para compor o total de ações negociadas com a PDVSA.

O negócio faz sentido por todos os lados. A Ipiranga tem 40% do mercado do Sul e 25% do mercado brasileiro de gasolina, mas tem uma fragilidade essencial: não tem refino, sua refinaria antiga e limitada não consegue abastecer mais do que a cidade de Rio Grande, onde está instalada. Além disso, tem problemas de gestão. É controlada por cinco famílias na terceira geração, entre as quais o consenso vai se tornando impossível.

Para a Venezuela, que tem a terceira maior reserva de petróleo do planeta (depois dos árabes e da Rússia), representa a entrada em grande estilo no mercado brasileiro, que permitiria reduzir sua dependência do mercado americano. Ela já negocia com a Petrobrás a instalação de uma refinaria de 250 mil barris/dia no nordeste brasileiro. Para Hugo Chávez uma importante jogada no tabuleiro geopolítico da região. Ele já conta com o apoio do presidente argentino Nestor Kirchner para comprar os postos da Shell, que abastecem 14% do mercado argentino. Além do petróleo, a Venezuela tem também uma das maiores reservas de gás natural do mundo.

Para o Rio Grande do Sul as implicações são imensas, uma vez que além da rede de postos, a Ipiranga divide com a Odebrecht o controle da Copesul, a central do III Pólo Petroquímico. Tem implicações amplas até no campo político e ideológico, uma vez que Chávez, mais do que Lula, é exemplo para importantes segmentos do PT gaúcho, fragilizado com as derrotas nas últimas eleições.

Por enquanto o que se pode fazer é acompanhar os desdobramentos. Se confirmada, a informação ainda levará dois ou três dias para sair na imprensa.

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