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2005-03-14
Apesar de já contar com uma matriz energética extremamente limpa - em grande parte de origem hidrelétrica -, o Brasil dispõe ainda de grande potencial para o aproveitamento de duas outras fontes de energia renovável: o Sol e os ventos. As condições são as melhores possíveis: país tropical, com sol abundante e uma extensa margem costeira banhada por ventos oceânicos. Mas ambas são ainda muito pouco aproveitadas - um desperdício que cientistas e empresários pretendem reverter nos próximos anos.

Um passo importante nesse sentido é o projeto Swera, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que está mapeando o potencial solar e eólico do território brasileiro e de outros 15 países. Previsto para ser concluído no Brasil ainda este ano, o estudo já identificou grandes jazidas solares e eólicas, principalmente ao longo do vale do Rio São Francisco e nas regiões costeiras do Ceará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. O potencial, entretanto, é grande em todo o País.

— Todo mundo sabe que essa energia existe, mas nunca houve uma qualificação mais precisa para subsidiar a tomada de decisões por parte do governo e dos investidores - diz o físico Enio Bueno Pereira, coordenador do projeto no Brasil e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Swera (Avaliação dos Recursos de Energia Solar e Eólica, em inglês) visa justamente a atender essa demanda.

O projeto, de US$ 600 mil, financiado pelo Global Environment Facility (GEF), teve início em 2001, ano em que o Brasil sofreu um dos piores apagões de sua história. O assunto ganhou ainda mais força com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, que exige a redução das emissões de gases do efeito estufa. Apesar de não ter metas obrigatórias, o Brasil tem como compromisso o desenvolvimento de energias renováveis. — O fato é que os países em desenvolvimento vão precisar de energia para crescer. Energia e desenvolvimento andam de mãos dadas - afirma Pereira. E para que esse crescimento possa ocorrer sem sobrecarregar a atmosfera, o uso de fontes limpas de energia é imprescindível.

Mesmo havendo outras opções, como a energia nuclear, o biodiesel e a queima de biomassa, o vento e o Sol são as únicas matérias-primas que não precisam ser produzidas, refinadas ou queimadas. A natureza já fornece o produto pronto - basta transformá-lo em energia elétrica, 100% limpa.

SOL
Os números ainda não estão fechados, mas, para se ter uma idéia do potencial solar, Pereira faz a seguinte comparação: Se toda a área alagada da usina de Itaipu (170 km²) fosse coberta com coletores solares, isso seria suficiente para produzir cerca de 125 mil gigawats-hora/ano (GWh/ano), ou metade do consumo total de energia do País (300 mil GWh/ano). A região mais promissora é o Nordeste, com uma incidência superior a 6 quilowats-hora por metro quadrado/ano (kWh/m²/ano).

Mesmo nos dias mais nublados do Ceará, a incidência de radiação solar é de 4,5 kWh/m²/dia, enquanto na Alemanha, onde essa energia é mais usada, a incidência é de 0,8 kWh/m²/dia. — O potencial brasileiro é enorme - diz o alemão Stefan Krauter, presidente do Conselho Mundial de Energias Renováveis para a América Latina e professor da Universidade Estadual do Ceará. - Se você pensar no País inteiro, daria para abastecer dois mundos.

O uso das células fotovoltáicas, entretanto, ainda é restringido pelo alto custo da tecnologia, que precisa ser importada. — Espera-se que em cinco anos o custo será competitivo com as energias convencionais - afirma Pereira. — Se formos habilidosos, o Brasil pode explorar esse momento e trazer para cá essa tecnologia.

VENTO
No campo da energia eólica, a situação está mais adiantada, ainda que em estágio embrionário. O País possui 20 turbinas instaladas, com capacidade para 30 megawats (MW), no Ceará, Paraná, Santa Catarina e Minas, Pernambuco e Fernando de Noronha, segundo o vice-presidente da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA), Everaldo Feitosa. O vento está contemplado no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) do governo, com meta para chegar a 1.100 MW até 2006. E a tecnologia já é toda fabricada no País.

A área mais propícia também é o Nordeste. Em especial, o vale do São Francisco. Estudo da WWEA mostra que os melhores ventos ocorrem justamente nos meses em que o rio está mais baixo, entre julho e setembro. — O Nordeste é a única região do planeta que tem esse casamento perfeito - afirma Feitosa. — A natureza foi muito bondosa com a região nesse sentido. Segundo o Swera, o potencial eólico do Nordeste é de 144 mil GWh/ano, ou o dobro da produção de Itaipu (73.000 Gwh/ano). (Ag. Estado/CruzeiroNet, 13/03)

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