Gás de geladeira ainda preocupa o Meio-Ambiente
2005-03-14
Apesar das indústrias brasileiras não produzirem mais geladeiras, ar-condicionado e até mesmo aerosol com CFC (clorofluorcarbono) – gás usado em refrigeração e que destrói a camada de ozônio, ele ainda exige atenção, porque ainda está presente nas máquinas produzidas antes de 1999, como geladeiras.
Para evitar a liberação dos gases dessas máquinas, o Ministério do Meio-Ambiente está capacitando técnicos em refrigeração para lidar com as máquinas velhas. Em parceria com o Senai, a iniciativa está em teste em São Paulo. No projeto, os técnicos aprendem a não liberar o gás na atmosfera e levá-lo para uma central de renegeração, local onde é reciclado e pode ser usado novamente.
— É muito comum criar gelo no congelador e, às vezes, a pessoa vai com uma faca para tirar o gelo e acaba furando e liberando esse gás. Outra coisa, é que se a geladeira estragar, tomar cuidado para que o técnico que vai consertar seja muito cuidadoso para não liberar inultimente esse gás. Estamos treinando os refrigeristas para que eles evitem ao máximo liberar esse gás - afirmou o diretor de qualidade ambiental do ministério, Rui de Góis, em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia.
Solto na atmosfera, o CFC provoca buracos na camada de ozônio – responsável por impedir a entrada dos raios ultravioleta do sol na Terra. A exposição excessiva a esses raios pode causar câncer de pele, glaucoma, e afeta diversos animais e plantas.
Segundo Góis, a idéia é capacitar 35 mil profissionais nos próximos anos. Ele informou que o ministério está também buscando soluções para quem vive em comunidades onde não existem técnicos em refrigeração. — Quem tem uma geladeira num lugar que não tem centro de manutenção próximo, é muito difícil ter um mecânico que vá até lá, traga um cilindro para carregar o gás e injetar o gás novo dentro da geladeira - explicou o diretor.
Em 1987, diversos países, por meio do Tratado de Montreal, firmaram o compromisso de substituir os gases CFC pelo HFC (hidrofluorcarbono), que não agridem a camada de ozônio. (Agência Braisl, 13/03)