Nunca choveu tão pouco desde 1943 no Rio Grande do Sul
2005-03-11
Há 62 anos o Rio Grande do Sul não era tão castigado pela escassez de chuva como nos meses de dezembro de 2004 e janeiro e fevereiro de 2005. No trimestre de seca - que vem avançando por março -, a média mensal de chuva foi de 30,96 milímetros, um terço da média histórica. Pior, só em 1943.
A conclusão foi possível graças a um estudo realizado pelo geólogo Marco Antônio Hansen, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), de São Leopoldo - o primeiro do gênero sobre a atual estiagem.
A pesquisa se refere ao período de 1931 a 2005 e tem por base o cruzamento de dados reunidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), pela Rede de Estações de Climatologia Urbana e pelo Instituto de Pesquisas Agronômicas (Ipagro). As estatísticas foram obtidas por 41 estações meteorológicas espalhadas pelo Rio Grande do Sul.
- É a maior seca verificada no Estado em 62 anos. Além da estiagem, essa situação nos preocupa porque poderemos enfrentar surtos de doenças transmitidas pela água, como a disenteria, a difteria, o tifo e o tétano - alerta Hansen. Também as pesquisas realizadas pelo meteorologista-chefe do 8º Distrito de Meteorologia do Inmet, Solismar Prestes, comprovam a gravidade da atual estiagem.
O levantamento indica que o intervalo entre janeiro de 2004 e fevereiro de 2005 foi o quinto pior período de 14 meses da História em volume de chuva em Uruguaiana e o sexto em São Luiz Gonzaga. Em Porto Alegre, é o 12º mais grave. Considerados apenas os trimestres críticos, a Capital inverte a tabela: vive o quinto pior período de estiagem desde 1916. (ZH, 25)