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2005-03-11
Os resíduos de nitrogênio dos fertilizantes poderiam desequilibrar os ecossistemas marinhos, segundo um estudo da Universidade de Stanford (Estados Unidos), realizado durante cinco no Golfo da Califórnia, sobre os despejos da agricutura naquela zona. Os resultados do estudo estão publicados na edição desta semana da revista Nature.

Conforme os cientistas, o fertilizante rico em nitrogênio utilizado nas proximidades do vale do Rio Yaqui, alimenta um grande crescimento do fitoplâncton no Golfo da Califórnia. Como estas algas são a base da cadeia alimentar marinha, podem influenciar no ecossistema oceânico em longas distâncias.

O Golfo de Califónia, como muitas áreas amplas do oceano, caracteriza-se por carecer de nitrogênio. A produtividade biológica, nesses ecossistemas marinhos, gera consideráveis quantidades de material orgânico que, de forma significativa, reduzem os níveis de oxigênio durante a decomposição. Isto pode desencadear um processo conhecido como desnitrificação, pelo qual as bactérias dirigem-se ao nitrato para respirar matéria orgânica, criando um ambiente deficiente em nitrogênio. Isso é o que faz o Golfo da Califórnia tão vulnerável à poluição por nitrogênio, segundo os cientistas.

Eles explicam que os efeitos da fertilização e irrigação dos campos, no Vale de Yaki, são visíveis no Golfo da Califórina, em forma do crescimento do fitoplâncton. Segundo os cientistas, quase 66% do nitrogênio aplicado na fertilização perde-se, o que é suficiente para equilibrar os requisitos de nitrogênio do crescimento associado do fitoplâncton.

Segundo os especialistas, o uso de fertilizantes com nitrogênio está aumentando nos países em vias de desenvolvimento, já que muitos deles encontram-se em trópicos e subtrópicos, onde os oceanos se caracterizam pela carência de nitrogênio. Assim, as implicações para a vida marinha são muito sérias. (El Mundo, 11/3)

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