Sistema energético dos EUA tem nova ameaça: os hackers
2005-03-11
A crise energética não tem apenas como estopim a escassez de recursos naturais, em alguns casos, ou a dependência de combustíveis fósseis, poluentes, na maioria deles. Agora, os apagões podem ter por trás uma ação bem planejada: a dos hackers. Centenas de vezes por dia, esses invasores de sistemas de informática tentam passar pela cibersegurança da rede de computadores do Constellation Energy Group Inc., uma empresa de energia localizada em Baltimore, com consumidores em todo os Estados Unidos.
–Não temos formas discerníveis de saber quem está tentando atacar nosso sistema, apenas sabemos que estamos sendo atacados, diz John R. Collins, executivo da área de riscos da Constellation, que opera a Baltimore Gás e Eletricidade.
Mas, afinal, o que querem os hackers num sistema energético: causar um apagão ou roubar energia? Segundo os especialistas, os invasores de sistemas que entram no sistema de energia não têm causado danos, mas sua presença deixa claro que as companhias de eletricidade apresentam falhas em defender-se de ataques que poderiam ser catastróficos. Num pior cenário, eles poderiam parar as plantas de eletricidade.
Conforme o secretário da Comissão Regulatória Nacional de Energia dos Estados Unidos, Patrick H. Wood, um encontro realizado em janeiro entre especialistas do setor energético possibilitou a apresentação de dados sobre uma simulação de ataque mostrando que um hacker poderia controlar as operações, ao atacar um sistema público de distribuição de energia. Poderia, por exemplo, cortar o abastecimento de uma turbina de geração elétrica, ou , então, destruir equipamentos.
Está agora havendo um movimento intenso dos adiministradores do sistema elétrico para proteger ao máximo os sistemas dos cyberinimigos. Alguns ainda acreditam que é tecnicamente muito difícil um ataque coordenado. O diretor de política tecnológica do Centro Internacional de Estudos Estratégicos, James Andrew Lewis, por exemplo, considera que o maior risco não é o hacker externo, mas aquele que tem familiaridade com o sistema de computadores da companhia. A IntelCenter, de Alexandria, estuda o comportamento de grupos terroristas e suas ações com respeito às ameaças de grupos terroristas aos sistemas de eletricidade. O maior perigo parece ser para as companhias que utilizam sistemas obsoletos, mais propensos a ataques.