Ibama faz vistoria em lago de Corumbá IV (DF)
2005-03-11
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fez mais uma vistoria de rotina na Usina Hidrelétrica Corumbá IV, no Entorno do Distrito Federal. Em visita na manhã da última terça-feira, o órgão constatou que a remoção de árvores e animais da região que será alagada pela represa não foi concluída. A lentidão no cumprimento das exigências já rendeu uma multa de R$ 3,5 milhões à Corumbá Concessões. Com as exigências cumpridas, a empresa responsável pela obra pode solicitar novamente a licença de operação do empreendimento, o que foi negado no final do ano passado.
Em reportagem nesta quinta-feira (10/03), o CorreioWeb publicou que o Ibama havia negado novamente a licença à hidrelétrica nesta terça-feira. Na verdade, a visita foi apenas um trabalho de rotina. A liberação da autorização só acontecerá mais tarde, após o pedido da Corumbá Concessões.
Segundo a assessoria de imprensa do Ibama, a Corumbá Concessões pediu um prazo de até duas semanas para encerrar o corte de árvores. A empresa, afirmou que já foram removidos seis mil hectares da mata de uma região de 18 mil hectares. A retirada dos animais não foi concluída, mas está sendo realizada de acordo com as normas ambientais.
A usina fechou as comportas para encher o lago da usina em 21 de janeiro, com uma liminar judicial. O Ibama havia negado a licença de operação no fim do ano passado. Atualmente, o nível da água sobe devagar. Enquanto isso, 450 madeireiros cortam as árvores da região. A madeira é o pagamento pelo serviço feito à usina. O material é vendido para fábricas de móveis e de carvão.
Outras exigências
No final do ano passado, o Ibama negou licença de operação à usina, pelo descumprimento de outras exigências ambientais. Segundo a assessoria da Corumbá Concessões, apenas três desses requisitos estão pendentes agora: a retirada da fauna, da flora e de uma tubulação da Petrobras. A remoção de pontes, estradas e linhas de transmissão, além do estudo da qualidade da água já teriam sido providenciados.
O temor do Ibama é que o lago fique cheio e as árvores, submersas. Apodrecida, a madeira poluiria a água, que será utilizada para abastecer o Distrito Federal e o Entorno. — Na liminar, A gente mostrou ao juiz, através de laudos, que a qualidade da água não seria afetada [com o enchimento do lago antes de cumprir as exigências ambientais] - disse a assessoria. (Correio Braziliense 10/03)