Sem saber, gaúchos podem estar contaminando Aqüífero Guarani
2005-03-11
Os poços artesianos que vem sendo abertos pelos gaúchos para amenizar os efeitos da estiagem podem estar contaminando o Aqüífero Guarani. Existem no Estado, cerca de 600 poços abertos sem uso e sem que se tenha sobre eles qualquer controle. O Aqüífero Guarani é um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo e cobre 2/3 do subsolo do Rio Grande do Sul.
O tema foi discutido ontem na Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa. Especialistas afirmam que a estiagem que afeta grande parte do Estado pode não ser apenas um episódio e sim parte de um fenômeno climático que pode se repetir nos próximos anos, daí a importância de ser preservar o aqüífero. Estilac Xavier (PT) e autor da emenda que retira a captação, tratamento e distribuição da água das Parceria Público-Privadas (PPs), tentou convencer seus pares a aderir a campanha contra o veto do governador à emenda de sua autoria. — As PPPs não significam privatização, mas temos que barrar qualquer possibilidade de que a água venha a ser objeto da ganância e de sua transformação em mercadoria, argumentou.
Coleta de assinaturas
Hoje (11) está programado um ato público de coleta de assinaturas na Esquina Democrática, em Porto Alegre, em favor da água e contra o veto do governador.
A emenda já foi aprovada pela Assembléia em dezembro do ano passado e a coleta de assinaturas faz parte da campanha para o convencimento dos deputados a manterem esta decisão, derrubando o veto do governador. A apreciação do veto deve acontecer na segunda quinzena de março. A aprovação da emenda, em dezembro, foi de 29 votos a favor e 17 contra.