Um grupo de líderes evangélicos está colocando seu considerável poder político sobre uma causa que geralmente está barrada da agenda: o combate ao aquecimento global.

Líderes dessas igrejas, cientistas e escritores dessas comunidades argumentam que o aquecimento global é uma ameaça urgente e uma das causas da pobreza que deve ser combatida com a fé com que se luta por uma causa cristã.

O Reverendo Rich Cizik, vice-presidente de negócios governamentais da Associação Nacional dos Evangélicos nos Estados Unidos, e uma voz significativa nesse debate, diz: –Eu não penso que Deus nos perguntará como Ele criou a Terra, mas ele certamente nos perguntará o que fizemos com o que Ele criou.

A associação evangélica marcou dois encontros no Capitol Hill e em subúrbios de Washington, para hoje (10/3) e amanhã (11/3), onde mais de cem líderes discutirão declarações a respeito do aquecimento global. Os encontros estão sendo considerados tão importantes do ponto de vista da mobilização pública que o senador Joseph I. Lieberman, Democrata de Connecticut, e oficiais da administração Bush, que estão do lado oposto sobre como conduzir a questão da mudança climática, irão participar. Há quem diga que a interferência dos evangélicos é tão poderosa a ponto de poder modificar a dinâmica dos debates norte-americanos sobre aquecimento global, podendo abalar a firme posição do governo a respeito da questão. Os evangélicos representam 30 milhões de pessoas nos Estados Unidos. Perto de cem líderes deles já assinaram uma declaração formal para que o governo do país comprometa-se com o Protocolo de Kyoto. (NY Times, 10/3)