Casa demolida em área de preservação no Sul da Ilha de SC
2005-03-08
Terminou em confusão o cumprimento de uma ação administrativa de demolição, promovida pela Fundação Municipal de Meio Ambiente de Florianópolis (Floram), na tarde ontem, numa construção irregular à beira da Praia da Armação, no Sul da Ilha. Depois de assistir ao tombamento de partes da sacada, do telhado e de uma lareira, o proprietário, Newton Ferraz Silva, tentou impedir que os operários derrubassem as paredes internas da construção.
Os guardas municipais que escoltavam a investida da Floram deram-lhe voz de prisão por desobediência. Quando foram prendê-lo, parte da parede caiu sobre a perna do guarda Anderson Ciro Vieira, o que causou-lhe fratura exposta e perda de massa muscular na parte inferior da perna e do pé esquerdos. Vieira foi socorrido e encaminhado ao Hospital Celso Ramos, no Centro da Capital. De acordo com Marco Aurélio Abreu e Eraime Jaques, diretor de estudos ambientais e chefe de fiscalização ambiental da Floram, Newton Ferraz Silva foi notificado pelo órgão quatro vezes, ainda no ano passado, antes da ação administrativa de ontem.
Nos autos do processo, a construção consta como irregular, porque a casa - de alto padrão arquitetônico e cujo valor poderia passar dos R$ 200 mil, segundo Abreu - foi edificada sobre área de dunas e restingas (preservação permanente), e a 16 metros do nível médio de maré, dentro de terras de Marinha, portanto.
Por volta das 17h, os funcionários da Floram pediram reforço policial. A movimentação chamou a atenção dos moradores. O proprietário acabou ameaçando de morte o diretor da Floram. Marco Aurélio Abreu registrou queixa formal na Central de Polícia, no Centro de Florianópolis.
Superintendente muda forma de atuar
Com a ação desta segunda-feira, já passam de 20 as demolições promovidas pela Floram este ano. De acordo com o superintendente, Francisco Rzatki, isso se deve à nova linha de atuação do órgão, que privilegia a repressão às construções irregulares à notificação primária. (DC, 08/03)