Crise boliviana: problemas com petróleo e abastecimento de água
2005-03-08
O presidente boliviano, Carlos Mesa, entregou ao Congresso, ontem (7/3), a sua renúncia. Mas a oposição ratificou a ocorrência de piquetes em todo o país, que ameaçam incendiar tudo. Marchas de apoio e repúdio ao presidente misturam-se, em um clima de muita tensão no país.
A renúncia de Mesa não é irrevogável, o que alimenta a idéia de que o mandatário busca fortalecer posição para enfrentar a escalada de bloqueios contra as petroleiras e as companhias de serviços públicos privatizadas.
As Forças Armadas emitiram ontm (7/3) un comunicado no qual reconhecem Mesa como presidente da Bolívia e decidiram manter as tropas aquarteladas.
O presidente, que tinha a solidariedade de praticamente todos os países sul-americanos, e de Washington, confronta dois desafíos. Primeiro, a demanda de un aumento dos lucros das empresas petroleiras de 18% para 50%. Além disto, a expulsão exigida por uma crescente mobilização das populações pobres de La Paz e El Alto com relação à empresa Aguas del Illimani, controlada pela francesa Lyonnaise des Eaux, acusada de não cumprir contratos e, particularmente, de cobrar tarifas exuberantes da população para conectá-la à rede de água, un serviço gratuito até há poucos anos. (Clarín, 8/3)