Idéia de hidrovia da Capital a Guaíba não sai do papel
2005-03-07
Sete meses depois de ser desengavetado pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), o projeto de transportar passageiros por barcas pelo Guaíba segue sendo apenas uma idéia.
As autoridades relutam em desembolsar R$ 300 mil para fazer uma pesquisa que apontaria público interessado, demanda e as linhas de ônibus de alimentação em Guaíba e Porto Alegre. O estudo subsidiaria dados para a licitação.
Há pelo menos 11 anos, a idéia de transportar passageiros entre pelo Guaíba é discutida pelos governos. Em julho passado, após uma onda de protestos contra tarifas de ônibus em Guaíba, o governador Germano Rigotto pediu rapidez nos estudos da hidrovia.
Na oportunidade, o técnico da Metroplan encarregado do projeto, Duarte Rosa Filho, informou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acenava com possibilidade de financiamento. O clima era de expectativa - que se desfez meio ano depois. A começar pelo próprio BNDES.
- Para financiar o projeto, o banco sugeriu a utilização de um barco de oito metros, com capacidade para 20 pessoas. Mas uma embarcação com essas características teria dificuldade de navegação durante o inverno. Seria necessário um barco com pelo menos 16 metros - explica Rosa Filho. Sem os recursos do BNDES, a Metroplan decidiu firmar parceria com o Laboratório de Sistema de Transportes (Lastran) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A idéia era realizar um levantamento para municiar o edital de licitações. No início de dezembro, o Estado decidiu que não bancaria sozinho os R$ 300 mil para a pesquisa.
- O Comitê de Gestão Pública do Estado recomendou a divisão de gastos - diz.
O rateio deveria incluir as prefeituras, o que irritou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Emprego de Guaíba, Victorio Roberto Menegotto.
- Estou trabalhando nesse assunto há 11 anos. Sentimos uma enrolação por parte da Metroplan. A participação nesses R$ 300 mil não está prevista no Orçamento do município. Na nossa opinião, a Metroplan deveria assumir isso - reclama.
Sem tempo de atender Zero Hora, o diretor-presidente da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC), Luiz Afonso Senna, divulgou nota sem responder se participaria ou não da divisão proposta pela Metroplan.
- A EPTC está disponível para analisar todas as possibilidades de implantação de alternativa para qualificar a mobilidade urbana. (ZH, 49)