Gaúchos querem o fim das vistorias nas lavouras de soja
2005-03-07
Preocupados com a estiagem que destrói as plantações no Estado, entidades ligadas aos agricultores defendem a suspensão imediata das fiscalizações. Desde 21 de fevereiro, técnicos do Ministério da Agricultura percorrem as áreas produtoras de soja para verificar se os produtores que plantaram transgênicos assinaram o Termo de Compromisso Responsabilidade e Ajustamento de Conduta.
O documento é uma declaração obrigatória para quem cultivou o grão geneticamente modificado. Caso o agricultor não tenha assinado o termo, e o resultado do teste indique transgenia, é aplicada uma multa de R$ 16 mil.
- Acho que o governo não deve gastar com isso. Tem que socorrer a nossa região. Não vamos colher nada de soja - diz o presidente do Sindicado dos Trabalhadores Rurais de Entre-Ijuís, João Felipin.
No município, um dos 63 já visitados pelo fiscais, mais de mil sojicultores assinaram o termo, o que representa mais de 90% dos produtores. As perdas passam de 60%.
Em 10 dias úteis de vistorias nas lavouras de soja, somente plantações transgênicas foram encontradas até agora. Até a noite de quinta-feira, 218 produtores haviam sido visitados. Na segunda-feira, os 15 fiscais agropecuários se reúnem em Porto Alegre para analisar as medidas a serem adotadas a partir da Lei de Biossegurança.
- Enquanto o presidente não sanciona a lei, está valendo a anterior - explica o chefe do serviço de fiscalização da produção vegetal no Estado, Mauro Ruggiro. (ZH 05/03)