Fabricantes de celulares dizem que não há risco
2005-03-07
O MMF (Mobile Manufacturers Forum) é uma associação internacional de 11 fabricantes de equipamentos de comunicação via ondas de rádio (Alcatel, Ericsson, Mitsubishi Electric, Motorola, Nokia, Panasonic, Philips, Sagem, Samsung, Siemens e Sony Ericsson). O objetivo do grupo, criado em 1998, é financiar projetos de pesquisa científica sobre possíveis efeitos dos telefones celulares na saúde humana. O investimento chega a 35 milhões de euros, mas o MMF nunca patrocina mais de 50% dos recursos utilizados nesses estudos.
O diretor do MMF para a Amércia Latina, Aderbal Bonturi Pereira, falou com o Ambiente JÁ por telefone, de seu escritório em São Paulo. Ele afirma que não há evidência científica de que o celular cause dano à saúde. O executivo se refere aos efeitos térmicos. Sobre efeitos não térmicos (que poderiam ser, por exemplo, a causa de tumores e distúrbios no sistema nervoso), ele adota a posição da Organização Mundial de Saúde (OMS), que ainda não reconhece esses efeitos.
— Está na moda falar em princípio da precaução. Mas a OMS, que criou um organismo só para cuidar desse assunto, tem 1.400 pesquisas publicadas, sendo 350 estudos específicos sobre telefones celulares, e nenhuma evidência de riscos à saúde é apresentada. E ainda há uma margem de segurança quando se estabelecem as normas dos limites de radiação. Isso é princípio da precaução, acredita Aderbal.
Uso do aparelho
— Os cientistas têm certeza de que não causa dano, agora, se a pessoa tem uma questão de foro íntimo e não quer usar o celular, é outra coisa, completa. O diretor da MMF acredita que não exista uma forma melhor de utilizar o aparelho. — A maneira mais correta de usar o celular é a que a pessoa se sente mais à vontade. Se é no aparelho, viva-voz ou com fone de ouvido, depende de cada um, conclui. O responsável pela Assessoria Técnica da Associação Nacional das Operadoras Celulares (Acel), Luiz de Melo Júnior, diz que a instituição tem a mesma posição do MMF, que é seguir as normas da Anatel e da ICNIRP (Comissão Internacional sobre Proteção de Radiação Não-Ionizante).