Paraná mantém controle de OGMs
2005-03-04
A aprovação da nova Lei de Biossegurança não deve mudar o tratamento que o governo do Paraná vem dando ao assunto. De acordo com Felisberto Queiroz Baptista, chefe de defesa, fiscalização e sanidade agropecuária do Estado, o governo deve continuar defendendo e estimulando a produção da soja pura. No porto de Paranaguá, a situação também não se altera. – Por trabalhar com silos coletivos, o porto não oferece infra-estrutura para segregar a soja pura da transgênica como manda a lei, explica. Isto fará com que, a exemplo do ano passado, a soja transgênica gaúcha encontre outros caminhos para a escoamento da produção.
Entre os produtores gaúchos, a repercussão é outra. Para a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), a aprovação da Lei de Biossegurança é comemorada com alívio. – A definição traz tranqüilidade tanto para produtores quanto para consumidores, pois a legalização comprova que não existem malefícios para a saúde, afirma Jorge Rodrigues, presidente da comissão de grãos da Federação. A reação do mercado parece também não preocupar o setor. Rodrigues defende que as regras de desenvolvimento técnico estabelecidas a partir desta lei tendem a favorecer a comercialização. – Agora o Brasil está liberado para desenvolver as sementes mais adequadas ao clima, e isso certamente tornará o nosso produto final melhor e mais competitivo, comenta.
No meio político, a esperança é de que a liberação dos transgênicos facilite as discussões sobre pontos importantes como pagamento de royalties e qualidade das sementes. Jerônimo Goergen, presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, enfatiza que não podíamos mais continuar estacionados numa posição retrógrada frente a um processo irreversível como o da modificação genética. Em recente viagem aos Estados Unidos, o deputado verificou o recuo de algumas posições contrárias ao consumo e avalia o mercado como crescente e positivo. (JC, 04/03)