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2001-08-31
Cerca de oito comunidades ribeirinhas do rio Cururu (aproximadamente três mil pessoas), no município de Chaves, arquipélago do Marajó, contarão com energia solar até o final de setembro, substituindo o uso de geradores a diesel. Para realizar esse projeto-piloto, foi assinado ontem um protocolo de intenções entre o governo do Pará e a empresa BP Solar, uma das maiores produtoras mundiais de painéis fotovoltaicos, que faz parte da holding Britsh Petroleum, grupo que está explorando gás e petróleo na costa do Pará e Amapá. O projeto está orçado em US$ 50 mil e prevê a doação, instalação e manutenção de dez sistemas solares destinados a escolas e centros de saúde, além de um videocassete, aparelho de televisão, antena parabólica, impressora e computador para uma escola rural do município e nove refrigeradores para postos de saúde. O governo do estado ficou responsável pelo transporte dos equipamentos e cessão de um técnico que vai fazer o monitoramento no local. Segundo o vice-governador do estado, Hildegardo Nunes, trata-se de um projeto demonstrativo que poderá impulsionar outros para os quais poderão ser captados recursos junto a outros grupos empresariais. ´É um projeto que o mundo todo está buscando, porque une energia a custo zero, não poluente, com uma ação social por parte uma grande empresa´, afirma Hildegardo. O vice-governador destacou que a BP Solar não tinha obrigação de fazer essa contribuição para o Pará, mas que atendeu a uma solicitação dele e do governador do Pará, Almir Gabriel. O governo do estado, diz Hildegardo, não aceita mais a vinda de grupos empresariais para o estado que se instalam aqui para praticar atividades econômicas e depois vão embora, sem deixar uma contribuição social para o povo do Pará. A iniciativa faz parte do Projeto de Desenvolvimento da Alternativa de Geração de Energia Solar no estado do Pará, do governo do estado. Estavam presentes na assinatura do protocolo de intenções, além do vice-governador do estado, o secretário de Infra-Estrutura, José Augusto Affonso, o deputado Bira Barbosa (PMDB), que tem eleitores no Marajó, o prefeito de Breves, Luís Rebelo (PPB), presidente da Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (Amam), e o prefeito de Chaves, Ubiratan Barbosa (PMDB). Para José Augusto Affonso, o projeto é uma demonstração de que o governador Almir Gabriel está tentando resolver a questão da energia em regiões carentes do estado como a ilha do Marajó, a margem esquerda do rio Amazonas e o sudoeste do Pará. ´É mais difícil interligar uma ilha, como o Marajó, com a hidrelétrica de Tucuruí, a exemplo do que iremos fazer com a margem esquerda do Amazonas. Por isso, é que esse projeto da energia solar é importante para a ilha´, afirma o secretário. No caso do sudoeste do estado, informa Affonso, a meta é levar o Tramaoeste até aquele ponto que apresenta atividades econômicas ao longo da BR-163. O município de Chaves foi escolhido por ser uma região muito carente social e economicamente e também porque é uma das áreas de maior influência na prospecção de petróleo e gás natural. ´Além da pecuária, o município vai poder vislumbrar a partir de agora o projeto de produção do açaí que precisa de energia para o armazenamento, por exemplo´, ressalta o deputado Bira Barbosa. De acordo com Jorge Rohland, representante da BP no Norte do Brasil, a primeira fase da prospecção na costa do Pará incluiu a perfuração de dois poços com indícios de existência de gás natural. As pesquisas vão se estender por mais seis anos e nos próximos dois anos serão feitos estudos sísmicos. (GM/PA)

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