HOSPITAL CONCEIÇÃO DEMORA, MAS INICIA SEGREGAÇÃO DO LIXO
2001-08-31
O Hospital Conceição na zona norte de Porto Alegre gera cerca de 3 toneladas de lixo por dia, mas até a metade do ano passado, não separava o lixo em suas dependências. Os resíduos contaminados eram jogados e misturados ao lixo orgânico e ao seco, reciclável. O despreparo da estrutura do Hospital era a justificativa para a não separação do lixo na origem, como é chamado o processo. A alta demanda de pacientes e a burocracia do governo federal na liberação de recursos, são os principais fatores apontados pelo gerente da Administração, Jair Pauletto, para a demora. - A burocracia é um entrave, temos que atender uma emergência lotada, uma demanda enorme e os recursos que recebo, são insuficientes, infelizmente -, reclama. Em outubro do ano passado, a direção do Conceição iniciou um projeto para tratar dos resíduos, de acordo com algumas diretrizes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana(DMLU). Entre elas o treinamento de pessoal para a separação correta dos resíduos e a construção de dois terminais de armazenamento. - Fizemos o projeto, levamos para o DMLU e foi aprovado. Um dos terminais já está pronto, e o outro tem previsão de término em dois meses. Um é para resíduos comuns, inclusive com compactador, todo asséptico e azulejado, com carrinhos para coleta. O outro fica a parte de recicláveis e parte de orgânicos, separados por boxes, explica Isar Tebaldi, engenheira civil, assistente de administração. O total investido até o momento foi R$ 60 mil. - É importante investirmos nisso, para não causarmos o aumento do número de pacientes. O trabalho de separação dos resíduos é fiscalizado mesmo após ser recolhido aos terminais, por uma equipe responsável por identificar sua origem, no caso de erros, através de etiquetas identificadas pelos nomes dos setores. Hoje, 90% do hospital tem separação na origem, com etiqueta para identificar a origem. A maior dificuldade, no caso do conceição, são as necessidades do hospital, que é obrigado a atender uma alta demanda. - Não podemos parar um laboratório para tratar a questão dos efluentes agora. A comissão está pontuando uma série de coisas para se fazer. Temos uma burocracia, como as licitações, que não impede de fazer, mas torna as coisas mais lentas, explica Pauletto.