Só 5% dos hospitais de Curitiba têm plano para tratar lixo
2005-03-02
A prefeitura concedeu mais 15 dias de prazo para que os geradores de lixo hospitalar em Curitiba entreguem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços da Saúde (PGRSS). Até às 18 horas de ontem, apenas 242 empresas, entre hospitais, clínicas médicas, laboratórios e farmácias, haviam concluído o documento. Isso representa menos de 5% dos cerca de 5 mil potenciais produtores deste tipo de lixo na cidade.
– Esperamos que até o dia 15 pelo menos os maiores geradores de resíduos entreguem os planos, comenta a assessora técnica da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Marilza Oliveira Dias. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) estima que na região metropolitana da capital o percentual de geradores com planos entregues também não ultrapasse a casa dos 5%.
Os resíduos hospitalares não podem ser misturados ao lixo comum, sob risco de infecção. Sem apresentar o plano, que deve detalhar aos órgãos ambientais como será tratado o lixo hospitalar, ficará impossível obter licenciamento ambiental ou renovação junto à prefeitura. A responsabilidade cabe à iniciativa privada desde 1993, por força de uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Em Curitiba e região, no entanto, a determinação nunca foi cumprida nestes 12 anos. – E agora eles (os geradores) vêm pedir mais prazo?, questiona o coordenador estadual de resíduos da Sema, Laerty Dudas. A situação é urgente porque a vala séptica, que recebe lixo hospitalar da capital e outros 14 municípios há 16 anos, está com os dias contados. O prazo de utilização vence no próximo dia 28.
A Federação dos Hospitais do Paraná (Fehospar) não aceita a determinação e sugere que a prefeitura construa uma usina para o tratamento do lixo hospitalar. – Se a prefeitura não assumir isso, os pacientes vão ter que arcar com este custo, já na saída do hospital, justifica o presidente, José Schiavon. (Gazeta do Povo-PR, 01/03)