A morte do ambientalismo
2005-03-01
Dois estadunidenses, Michael Schellenberger e Ted Nordhaus, conquistaram notoriedade, em setembro do ano passado, com um artigo chamado A Morte do Ambientalismo, no qual criticam o movimento por ter sido incapaz de alertar o público e os tomadores de decisão sobre o aquecimento global. Criticaram o ambientalismo por insistir em dizer às pessoas o que não querem ouvir: o que elas não podem fazer e não podem ter. Disseram que suas propostas deveriam ser colocadas como passos para criar empregos, melhorar a economia e gerar novas indústrias, sem opor o ambiente ao crescimento.
A verdade, porém, é que parece não haver propostas eficazes que não ponham limites ao consumo e ao investimento e não tenham um preço em termos de crescimento e retorno a curto prazo. Em países como os EUA, propor esse pós-ambientalismo é como sugerir mentalizações e Florais de Bach para tratar uma febre perigosamente alta no momento em que a única maneira de salvar o paciente é convencê-lo a aceitar remédios amargos e urgentes. (Carta Capital, n. 331, março 2005)