ONG suiça cria tarifa para compensar gás carbônico emitido por aviões e investe em projetos brasileiros
2005-02-28
Em um vôo do Rio de Janeiro para Nova York são lançados na atmosfera, em média, o equivalente a 2,83 quilos de gás carbônico (dióxido de carbono) por passageiro. Numa tentativa de compensar a poluição causada pela combustão do querosene nos aviões, a Organização Não-Governamental (ONG) MyClimate criou uma tarifa, de cerca de cinco euros por hora de vôo, que já conta com a adesão de quase 15% dos passageiros suíços que viajam freqüentemente dentro do país e para o exterior. — Nós investimos o dinheiro arrecadado em projetos, todos em países em desenvolvimento, que substituam combustíveis fósseis por energias renováveis, dentro dos padrões do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kioto — explica o diretor da MyClimate, Patrick Bürgi.
Atualmente, a ONG, com sede em Zurique, estuda investir em três projetos no Brasil. — Estamos discutindo com o Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudança de Clima (Centro Clima), da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e pensamos em comprar um mix de três projetos brasileiros ou apenas um deles — conta. Segundo ele, há vários projetos propostos pelo Centro Clima, sendo que, entre estes, três estão sendo registrados no Protocolo de Kioto. Um deles é a Usinaverde, que se propõe a incinerar parte do lixo urbano para a produção de energia elétrica. Outro projeto, desenvolvido pela Comlurb no aterro sanitário de Gramacho, gera eletricidade com o biogás retirado do lixão. — O terceiro projeto é voltado para produção de biodiesel para o setor de transportes — revela.