Uruguaios lutam para recuperar área incendiada
2005-02-28
Os uruguaios arregaçam as mangas para recuperar parte do litoral norte do país. Há um mês, um incêndio devastou 1,5 mil hectares nas praias de La Coronilla, Santa Teresa e Punta del Diablo. À época, o fogo chegou a ficar a apenas 22 quilômetros da fronteira do Brasil, em Chuí. Segundo o comandante do Parque Santa Teresa, coronel Eduardo Beloqui, o incidente deve servir de alerta para evitar novos desastres. Dos 1,4 mil hectares do parque, no centro da região varrida pelo fogo, 44% virou cinzas, incluindo centenas de quilômetros de matas nativas e exóticas e duas das seis zonas de camping. Na área, administrada pelo exército, um reforço de 130 militares se uniu aos 80 residentes no mutirão para reerguer a floresta. Cada árvore destruída pelo fogo é cortada, e uma muda de espécie idêntica ocupa o lugar. Algumas levarão mais de um século para atingir o tamanho das antecessoras. - É o caso das araucárias e das palmeiras vestidas, árvore típica do litoral norte uruguaio - diz Beloqui.
O zunido das motosserras não atrapalha o descanso do aposentado Aquiles Romero, 82 anos, e da mulher, Laura Arcieri, 74 anos. Freqüentador do Parque Santa Teresa há 34 verões, o casal participou da evacuação do local nos dias do incêndio, mas está de volta. Moradores do Departamento de Paisandú, a cerca de 600 quilômetros do balneário, eles preferiram esperar o fim do incêndio às margens da estrada. - Rezava sem parar para que tudo terminasse rápido - conta Laura.
Valas corta-fogo permanentes estão sendo construídas ao redor de cabanas e prédios. O parque passa a ter vigilância 24 horas, e o exército pensa em adquirir equipamentos e aprender técnicas mais modernas para agir no futuro. - O importante é mostrar aos turistas que estamos abertos - destaca o coronel, responsável por um dos principais destinos dos brasileiros que visitam o Uruguai. (ZH, 31)