Primatas diminuem população com o declínio da floresta na Inonésia
2005-02-28
Três homens em uma canoa deslizam por um rio da Indonésia em busca de Bastarin, um ambientalista de 34 anos que mora na floresta local e é conhecido apenas por este nome. Ele faz parte de um grupo que luta pelo fim do desmatamento ilegal na floresta tropical de Bornéu. Este desmatamento já está afetando a sobrevivência dos orangotangos no Parque Nacional Gunung Palung.
A ação dos homens faz parte da luta contra os predadores de florestas e em favor dos orangotangos. A depredação das florestas é a maior ameaça a esses primatas, que fazem parte da paisagem natural de Sumatra, que é parte da Indonésia, e de Bornéu, localizada 400 milhas a leste.
Os orangotangos vivem em árvores e dependem da floresta para se alimentar. Em seu ciclo natural, eles ajudam a dispersar sementes e a regenerar as árvores. Hoje, existem não mais de 60 mil orangotangos naquela área selvagem, cerca da metade do que havia há 10 anos, de acordo com estudos científicos.
Bastarin pertence à Unidade de Proteção e Monitoramento do Orangotango, constituída em abril de 2003 pela base britânica do grupo Fauna & Flora Internacional. O grupo, no total de 12 homens, trabalha no Parque Gunung Palung. Eles recebem uma ajuda de US$ 45 mil do Serviço Norte-americano de Pesca e Vida Selvagem e de uma fundação japonesa para o meio ambiente. Seu trabalho é combater a derrubada ilegal de árvores e a extinção dos orangotangos.
Mas não é um trabalho fácil. No ano passado, segundo ambientalistas, havia cerca de mil exploradores de florestas no parque, onde apenas 30% da área ainda está intocada. A despeito de promessas de acabar com essa atividade, sucessivos governos fracassaram em paralisar esta multibilionária atividade, e os ambientalistas apontam a corrupção e a falta de força legal como as principais causas do problema. (Washington Post, 25/2)