Deputados convidam ministros para vir ao RS para agilizar ações de combate à seca
2005-02-25
O coordenador da bancada federal gaúcha, deputado Alceu Collares (PDT), encaminhou ontem convite aos ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues; da Integração Nacional, Ciro Gomes; e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, para virem ao Estado discutir ações de apoio aos produtores atingidos pela seca. Os parlamentares reclamam da burocracia na liberação de verbas e execução de programas. A reunião de segunda-feira, com o governador Germano Rigotto, reunirá deputados e senadores. Os ministérios não confirmam a vinda.
O ministro interino da Agricultura, Ivan Wedekin, estará no RS para a abertura da colheita do arroz, mas seu retorno está previsto para o domingo. O ministro Rossetto já tinha compromissos agendados no RS a partir do dia 10 de março. O ministério da Integração não forneceu a agenda de Ciro Gomes.
Enquanto isso, a perdas se alastram no agronegócio. Na produção de leite, a quebra avançou de 20% para 35%, e a reserva de pasto para a alimentação dos animais está comprometida.O Estado produz anualmente 1,2 bilhões de litros. Preocupada, a Comissão Estadual do Leite da Fetag reuniu-se ontem com a indústria para pedir aumento no preço pago ao produtor.
O diretor Elton Weber lamentou a ausência da Elegê. – Diante dos reflexos da seca, pedimos reposição de preços aos níveis de junho de 2004, mas, além de não atender, a Elegê, traz leite de fora.
O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados no RS (Sindilat), Jones Raguzoni, afastou risco de desabastecimento. – Podemos até ter queda de 60% que o consumidor estará abastecido.
O presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas (AGL) e diretor da Elegê, Ernesto Krug - que não esteve na reunião por estar viajando -, revelou que busca crédito federal para produção de alimentos para os animais. (CP, 20)
Há estoque de água para mais 2 meses
O Grupo de Trabalho que irá monitorar os efeitos da estiagem sobre o abastecimento energético no Rio Grande do Sul foi instalado ontem (24/2). Segundo o secretário Valdir Andres, os reservatórios ainda suportam entre 45 e 60 dias sem chuva. – Devemos atingir picos de 4,4 mil MW em março, quando as atividades voltam ao normal, observou.
O acompanhamento do nível dos reservatórios gaúchos e do funcionamento das usinas envolverá a CEEE, o Comitê de Operação e Planejamento do Sistema Elétrico do RS (Copergs) e técnicos da Secretaria Estadual de Energia, Minas e Comunicações. Ontem, às 15h06min, o pico de consumo atingiu 4.290 megawatts (MW), com 2.780 MW (65%) sendo trazidos de fora do RS. (CP, 7)