Representantes de sete empresas de diversos segmentos industriais assinaram ontem um protocolo de intenções com a Prefeitura de Foz do Iguaçu, no Paraná, para instalar fábricas não poluentes no município. Uma oitava empresa deverá assinar o mesmo protocolo nos próximos dias. Os empreendimentos devem criar mil empregos diretos, além de outras centenas de empregos indiretos, segundo informou o prefeito Paulo Ghisi (PDT).

O ex-prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, convidado pela nova administração para comandar a Secretaria de Indústria e Comércio, avaliou essas primeiras assinaturas como o pontapé inicial para o processo de industrialização de Foz. – Mais importante que os incentivos fiscais e venda de terrenos a preços simbólicos é a iniciativa de transformar a cidade - disse.

A intenção do prefeito é incentivar as trocas internas, fazendo com que todos os produtos adquiridos por empresas locais sejam também de fornecedores locais. – Vou defender as empresas locais sempre, resumiu, citando exemplos como a Itaipu Binacional e os hotéis da cidade, que compram mensalmente milhares de reais em uniformes e roupas de cama e mesa de indústrias de fora. Essa soma de atitudes foi avaliada pelo vice-prefeito como o grande salto da cidade para recuperar o tempo perdido.

A diversificação da vocação econômica de Foz do Iguaçu, voltada para o turismo e o movimento de sacoleiros, traz esperanças de redução dos índices de desemprego. Segundo o IBGE, entre 35 mil e 40 mil pessoas estão desempregadas na cidade ou absorvidas por atividades informais, como a travessia de mercadorias compradas por sacoleiros no Paraguai, os chamados laranjas. Somente na Ponte da Amizade atuam mais de 2 mil mototaxistas.

As novas fábricas vão produzir bolas e materiais esportivos; bioinseticidas para recuperação de áreas poluídas e limpeza de caixas de gordura; cabines para tratores e colheitadeiras; aparelhos ar-condicionado; complemento alimentar à base de fibra de maracujá e berinjela; metalúrgica especializada na fabricação de esquadrias, caixas d água, equipamentos de combate a incêndios e tanques agrícolas; reciclagem de materiais plásticos; sucos naturais; e, por fim, a fábrica de caixa de papelão. (Gazeta do Povo/PR 24/2)