O combate ao tráfico silvestre começa a ser intensificado em Brasília com a inauguração, ontem, do posto de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. A partir de agora, os passageiros e bagagens com embarque ou desembarque em Brasília serão vistoriados por fiscais e técnicos da Gerência de Executiva do Ibama-DF, em parceira com as Polícias Florestal e Federal.

Cidade incluída na rota do tráfico de animais silvestres e biopirataria, Brasília é a primeira de oito capitais (Cuiabá, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) que terão controle fiscal do Ibama dentro de seus aeroportos. A escolha de Brasília como local de partida para a intensificação dos trabalhos foi feita por causa da hipótese da cidade ser ponto de escala do contrabando silvestre internacional, que representa cerca de US$ 20 milhões anualmente.

- O tráfico de animais silvestres, de vidas da fauna e flora e de conhecimentos das populações tradicionais, que é endêmico no Brasil, tem a capital federal como escala. Aqui existe um sistema de recondionamento físico dos animais onde é feito aperfeiçoamento das plumagens e, posteriormente, os bichos são enviados à outros estados e países - explica o gerente-executivo do Ibama-DF, Francisco Palhares.

Essa é a primeira atividade proativa de combate ao comércio silvestre, pois antes o Ibama só agia por meio de denúncias. A média anual de apreensões é de 45 mil animais e, com essa fiscalização, o órgão espera aumentar esse número considerado insignificante diante da real quantidade de animais traficados. As apreensões feitas em Brasília serão encaminhadas para o Centro de Triagem para Animais Silvestre que será construído na Floresta Nacional de Brasília e preparará os animais para a volta à natureza. (JB 24/2)