Corante cancerígeno traz novo alarme à Europa
2005-02-24
Os ingleses enfrentam o maior escândalo alimentar desde o Mal da Vaca Louca. Cerca de 450 alimentos estão sendo retirados dos supermercados por conterem um corante ilegal que aumenta o risco de câncer. A Agência de Controle Alimentar Britânica (FSA) especificou que se trata de uma tinta de cor vermelha chamada Sudan I, utilizada no pó preparado de temperos para a fabricação de salsa Worcester da marca Crosse e Blackwell, produzida pela empresa Premier Foods.
Este condimento, por sua vez, foi usado na fabricação de centenas de produtos de marcas de renome. –O mais sensato é evitar o consumo, declararam as autoridades que implementaram a medida preventiva.
O Sudan I é utilizado para dar coloração a solventes, azeites, ceras, naftas e produtos de limpeza. Desde 2003, todo o pó preparado utilizado em molhos picantes que entra na União Européia (UE) deve estar acompanhado por um certificado que estabeleça estar livre da substância cancerígena. A origem da cadeia comercial da venda do pó adulterado poderia estar em uma empresa indiana com sede em Bombaim, chamada Gautam Export. A empresa admite haver enviado de uma a duas toneladas do condimento para a Inglaterra. Assim, pelo menos outras três empresas – EW Spices, East Anglian Food Ingredients e Unbar Rothon – distribuíram o preparado que foi utilizado para fazer o tempero considerado perigoso.
– O Sudão I pode contribuir para aumentar o risco de câncer, confirmou o presidente-executivo da Agência de Padronização de Alimentos (Food Standards Agency/FSA), Jon Bell, a agências internacionais de notícias. O dirigente explicou, porém, que não há necessidade de pânico, pois o risco é muito pequeno.
Com estas palavras, tentou-se amenizar a situação gerada pelo preparado ilegal. Conforme a cadeia de radiodifusão BBC, a retirada de produtos à venda é a maior já realizada na história na Inglaterra e atinge sopas, temperos, alimentos tipo papas, pizzas e comidas de rápido preparo, entre centenas de alimentos que estão para serem analisados. O custo total das perdas que afetam os principais supermercados (Tesco, Asda, Morrison, Marks & Spencer y Somerfield, entre outros) poderia beirar os 100 milhões de libras. (Clarín, 23/2)