Micróbio sobrevive em profundas camadas congeladas
2005-02-24
Bactérias encontradas tipicamente em camadas congeladas profundas estão adormecidas, mas foram encontrados micróbios, no Alasca, vivos em temperaturas abaixo de 40ºC.
A descoberta levanta preocupações de que a atividade dessas bactérias, antes consideradas inativas em tais temperaturas extremas, poderia trazer uma considerável contribuição à produção de gases de efeito estufa.
Os cientistas descobriram que a bactéria encontrada na tundra do solo do Alasca libera gases durante a produção de energia, ao mesmo tempo em que está em aparente estado congelado.
Isto contraria livros textos de Biologia, que determinam a necessidade de livre disponibilidade de água para permitir que estas células únicas desempenhem suas funções.
Bactérias típicas das áreas congeladas estão em estado latente, segundo o Dr. Nicolai Panikov, do Instituto de Tecnologia Stevens, de Nova Jersey, e seu colega, Dr Vladimir Romanovsky,da Universidade do Alasca. Eles testaram uma cultura de bactérias e verificaram que houve de fato produção de gases como dióxido de carbono e metano, subprodutos do metabolismo.
A água é considerada essencial à vida, tanto para um ser celular único quanto para uma bactéria, e tanto mais para animais maiores. Ela atua na troca de gases essenciais entre o ser e o meio exterior.
Desta forma, a descoberta de uma bactéria em temperaturas extremas, com produção de gases, levanta questões interessantes sobre os mecanismos de sobrevivência sob essas árduas condições harsh. (BBC, 23/2)