Ambientalistas lamentam que Portugal já tenha ultrapassado limite de emissões
2005-02-23
Os ambientalistas da Quercus, ONG ambientalista portuguesa, lamentam a falta de iniciativas das autoridades portuguesas para celebrar a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, atribuindo essa falha ao período de campanha eleitoral.
Na semana passada, quando o tratado de combate ao aumento da mudança climática entrou em vigor, eles pediram para que os partidos dedicassem pelo menos 30 segundos de suas campanhas para tratar do assunto. A ONG também promoveu um passeio de bicicleta para entregar certificados a 52 embaixadas de países presentes em Portugal, que assinaram o acordo.
O dirigente da Quercus, Francisco Ferreira, no entanto, lamenta que Portugal já tenha ultrapassado o seu limite de emissões programado para até 2010-2012 e corre o risco de uma elevação de 110 centímetros no nível do mar. – Muitas zonas como esta – o Terreiro do Paço –podem estar ameaçadas, justificou Francisco Ferreira.
–Portugal tem um caminho muito longo a percorrer e são necessárias medidas urgentes, como a revisão do imposto automóvel, medidas dissuasoras do uso do automóvel ou criação de benefícios fiscais para os cidadãos que invistam em equipamentos com energias renováveis, apelou o dirigente ambientalista.
Para Francisco Ferreira, os governos têm de parar de dar sinais contraditórios em relação ao cumprimento de Kyoto, como a construção de mais pontes ou de auto-estradas. Os ambientalistas estimam que, em 2005, Portugal esteja 50% acima do tecto de emissões poluentes permitidas por Kyoto para 2010-2012. – Será muito complicado cumprirmos Kyoto, mas temos de fazer esse investimento em várias medidas urgentes, insistiu. (Ecosfera, 16/2)