Onze companhias de saneamento ambiental de oito estados e do Distrito Federal firmaram convênios no valor de R$ 7 milhões com a Eletrobrás para tornar seus sistemas de distribuição e tratamento de água mais eficientes. A meta é uma redução no consumo de energia elétrica de 21.306,83 megawatts-hora por ano (MWh/ano), o equivalente ao consumo médio mensal de 11,46 mil residências brasileiras. A parceria é uma das ações do Programa de Eficiência Energética em Saneamento Ambiental - Procel Sanear, desenvolvido pela Eletrobrás.

A economia obtida pelas empresas através dos projetos apresentados, estimada em R$ 39,68 milhões, deverá ser reinvestida em outros projetos de combate ao desperdício de energia elétrica e água. Ou seja, para cada R$ 1 milhão gasto pela Eletrobrás, R$ 5,67 milhões serão novamente reinvestidos. Além da parceria com empresas de saneamento, a Eletrobrás vai destinar ainda este ano outros R$ 4 milhões a cinco universidades federais para instalação de Laboratórios de Eficiência Energética e Hidráulica em Saneamento (LENHS).

Os LENHS serão transformados em centros de referência regional e de formação de profissionais em diversos níveis (técnico, graduação e pós-graduação), sempre com enfoque no uso eficiente e integrado de água e energia elétrica. A Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, as universidades federais do Pará, de Minas Gerais, da Paraíba e do Paraná foram selecionadas nesta primeira fase de implantação dos LENHS, que também prevê a concessão de bolsas de estudo que incentivem a elaboração de trabalhos de iniciação científica, dissertações e teses de mestrado e doutorado relacionadas ao tema.

De acordo com dados do Procel, mais de 2% do consumo total de energia elétrica do Brasil, cerca de 7 bilhões de quilowatts-hora (kWh) por ano, são usados no bombeamento e tratamento de água e esgoto para a população. Mas esse consumo, pelas estimativas do Procel, pode ser reduzido em pelo menos 20% se forem adotadas tecnologias mais eficientes para eliminação do desperdício nos sistemas de saneamento básico.

O consumo de energia elétrica é o segundo maior item de custo operacional dos prestadores de serviços de saneamento ambiental, sendo que motores elétricos ineficientes, usados para o bombeamento de água e esgoto, respondem pela maior parte dos gastos dessas empresas. Apenas a Sabesp, maior companhia de saneamento do país, atuante no Estado de São Paulo, responde por 0,8% do consumo brasileiro de energia elétrica e, incluída no Procel Sanear, alcançará uma redução de 1.113 MWh/ano.

— O programa realizado em parceria com o Ministério das Cidades mostra a sinergia neste governo, na medida que dois ministérios (Cidades e Minas e Energia) emprestam suas competências técnicas complementares para desenvolver um programa que beneficia toda a sociedade — afirma o chefe do Departamento de Projetos Especiais e Desenvolvimento Tecnológico da Eletrobrás, George Alves Soares.