Justiça manda fechar um lixão a céu aberto em Mar del Plata
2005-02-21
Seiscentas toneladas de resíduos produzidas em Mar del Plata diariamente continuam se acumulando em um prédio condenado, um lixão a céu aberto localizado a sul da cidade, onde há montanhas de resíduos de mais de 40 metros de altura, algo como se fosse um edifício de 15 andares. As conseqüências ambientais são alarmantes, mas somente agora a Justiça ordenou que seja interditado.
Não é um problema novo para os marplatenses. O lixão tem um caráter alternativo. Começou a ser usado em dezembro de 2000 e, mesmo tendo autorização da Secretaria de Política Ambiental de Buenos Aires por somente180 dias, atualmente os caminhões seguem descarregando os resíduos urbanos naquele local.
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Agora, porém, um juiz civil disposto a que a municipalidade decrete a interdição do sítio em 30 dias, entrou com um recurso amparado por uma diretora de escola e por um vizinho do local. A municipalidade adiantou que vai recorrer da decisão.
O juiz Enrique Felix Arbizu, em sua resolução, afirma que transcorreram mais de quatro anos desde que um tribunal fez notar a necessidade de se construir, imediatamente, outro prédio.
–A demora é injustificável quando se trata de questão de saúde pública, destacou.
Arbizu referiu-se a uma determinação dos juízes Daniel Adler, Eduardo Alemano e Adrián Angulo, do Tribunal Criminal 3, que alegaram que as autoridades municipais não teriam respeitado as normas técnicas recomendadas por outros peritos da Suprema Corte de Justiça para operar o serviço de disposição final de resíduos no prédio.
A municipalidade busca uma forma de expropriar terrenos localizados em Paraje Cuatro Tranqueras – na zona de Chapadmalal, no limite de Mar del Plata e Miramar – para instalar um novo local para a disposição dos resíduos. Mas a população local é contra a desapropriação e há realizou, em novembro de 2004, marchas de protesto. (Clarín, 17/2)