Cientistas espanhóis constatam a aceleração do degelo nos pólos
2005-02-21
Cientistas espanhóis estão realizando uma pesquisa nos círculos Ártico e Antártico para medir o aquecimento global mediante a velocidade em que se fundem as calotas geladas. Eles constatam que estes sensores naturais degelam-se de forma cada vez mais acelerada, processo que se duplicou nos últimos 13 anos. A causa são os gases de efeito estufa.
Os professores Adolfo Eraso, da Universidade Politécnica de Madrid, e Carmen Domínguez, da Universidade de Salamanca, acabam de chegar da Antártida, onde trabalham desde 14 de novembro na segunda fase do projeto GLACKMA. Eles explicaram que uma das principais conclusões de seu trabalho é que, na mesma latitude, o degelo ocorre umas quatro vezes mais rápido no Ártico do que na Antártida, algo que se pode atribuir ao nível de população ou à emissão de gases que se produzem em um e outro hesmisfério.
Nos últimos três meses, ambos trabalharam na base uruguaia de Artigas, situada na Antártida Insular, e também na Patagônia Chilena, com a finalidade de recolher os dados registrados pelas estações de medição e comprovar seu bom funcionamento, dificultado pelas duras condições meteorológicas. O clima adverso, porém, impediu-lhes de cumprir outro objetivo, que era entrar no interior da Península Antártida para fixar novos pontos de medição do degelo.
De acordo com medições feitas até agora, os pesquisadores constataram que a descarga glacial aumenta de forma exponencial a cada ano e qualquer variação na temperatura ambiente implica uma resposta imediata no degelo dos glaciais.
Eraso explicou que a 62 graud de latitude, no verão antártico, a quantidade de água que derrete é de 0,2 a 0,3 metros cúbicos por segundo e por quilômetro quadrado de bacia glacial, quer dizer, 200 a 300 litros de água por segundo somam-se a cada segundo ao mar, uma quantidade muito importante, segundo ele. (El Mundo, 17/2)