Ambientalistas do Sul do Estado entregam hoje, na Promotoria Pública de Araranguá, documento que solicita o fechamento imediato de um canal aberto na Lagoa do Caverá. A obra irregular teria causado redução no volume de água da lagoa, que banha quatro municípios da região. A decisão de acionar a promotoria foi tomada em conjunto pela Polícia Ambiental, Fatma, moradores e Associação de Desenvolvimento da Microbacia Lagoa do Caverá.

A engenheira agrônoma Christianne Carvalho afirmou que o crime ambiental foi comprovado, e apenas o fechamento do canal pode salvar a lagoa. De acordo com levantamentos da associação, a lagoa cobria 990 hectares e foi reduzida a apenas 20% da área após a abertura do canal, no final de 2003. - Em poucos dias, a lagoa pode deixar de existir - alertou Christianne.

O canal foi aberto na parte mais baixa da lagoa e permite o escoamento da água para a Lagoa do Sombrio. A engenheira salientou que a redução do nível da lagoa não está relacionada à estiagem que atinge o Estado.

Os municípios de Balneário Arroio do Silva, Araranguá, Balneário Gaivota e Sombrio são banhados pela Lagoa do Caverá. O esvaziamento da área alagada pode comprometer outros mananciais e todo o ecossistema do Vale do Araranguá.

O presidente da Organização Não-governamental Sócios da Natureza, Tadeu Santos, disse que o assoreamento que atinge o sistema lagunar costeiro já compromete a subsistência e o lazer dos moradores. Santos defende a intervenção do Ministério Público Federal no caso, já que a Lagoa do Caverá pertence à bacia hidrográfica de Imbituba, e cobra das prefeituras da região uma ação imediata. (Diário Catarinense, 18/02)