O sonho de ter um casa com vista para o mar se transformou em pesadelo para um grupo de veranistas da praia do Mar Grosso, em São José do Norte, sul do Estado. Na última década, as dunas avançaram na direção das casas à beira-mar. Em algumas residências, é preciso usar uma pá para retirar a areia e abrir a porta. No único posto de saúde do balneário, também usado como alojamento para os salva-vidas da Operação Golfinho, um cômoro com mais de um metro de altura obstrui a entrada. Para o salva-vidas Gilberto Figueiredo, de Lavras do Sul, a cena causou surpresa. – Nunca tinha visto algo assim. Os moradores costumam molhar a areia para impedir a invasão. Em dias de vento, no entanto, o artifício não tem muita serventia, comenta.

Contraponto

O que diz Geremias Mellos, gerente regional da Fepam:
– As dunas são áreas de preservação permanente. Qualquer construção na área é irregular. No entanto, como a maioria das casas é anterior à lei, a Fepam está solicitando aos municípios que apresentem um plano de manejo mostrando como pretendem lidar com o problema. Além disso, há um acordo assinado no Ministério Público que permite retirar a areia de onde esteja obstruindo ou causando perigo a moradias.

O que diz Vicente Ferrari, prefeito de São José do Norte:
– Estamos cientes do caso, mas não temos condições de solucioná-lo no momento. A prefeitura não tem maquinário. Conseguimos algumas máquinas emprestadas do governo do Estado para melhorar a situação das estradas do interior. Não temos como atuar em todas as frentes de uma só vez. Vamos buscar recursos para consertar a frota e estudar uma solução para os veranistas. (ZH, 41)