Poluição ameaça Lagoa da Conceição
2005-02-18
Um comitê de gerenciamento da bacia hidrográfica da Lagoa da Conceição, de Florianópolis, se reuniu ontem, no auditório da Justiça Federal, com representantes da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), da prefeitura da Capital e da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), para analisar as propostas de controle da poluição em um dos maiores cartões-postais da Ilha de Santa Catarina.
De acordo com o presidente do comitê, Alécio dos Passos Santos, cerca de 35 mil pessoas residem no entorno da lagoa, e apenas 20% das moradias estariam ligadas à rede coletora de esgoto. Segundo Santos, desde 1998 tramita na Justiça uma ação civil pública com proposições como a elaboração de um plano diretor específico para a Lagoa da Conceição.
- Queremos que seja analisada a especificidade da região da Lagoa da Conceição. O atual plano diretor não prevê nada que efetivamente resolva a questão da poluição - disse o presidente do comitê.
A entidade que gerencia a bacia hidrográfica da Lagoa aponta o caos urbanístico na região, o turismo desenfreado e a inexistência de projetos de conscientização ambiental como as principais razões do crescimento das redes de esgoto clandestinas.
Além disso, o depósito de metal pesado - como óleo e combustível lançados por lanchas e barcos a motor - e as fezes de animais que perambulam no local contribuiriam para o comprometimento geral da água.
- E a rede pluvial, feita para receber somente água da chuva, é sobrecarregada com os excessos das casas e condomínios. É a água da banheira, da pia, da máquina de lavar que chega até a lagoa - explica Alécio Santos, que acrescenta:
- As conseqüências da poluição podem ser vistas por qualquer um. Algas em decomposição por falta de oxigênio e a areia malcheirosa e com coloração escura dão sustentação à nossa luta.
O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa da Conceição foi criado pelo governo do Estado há cinco anos e conta com 35 entidades filiadas. (Diário Catarinense, 18/02)