Os danos ambientais causados pelo turismo - mesmo pelo turismo ecológico - são bastante visíveis nos países de Terceiro Mundo, especialmente nos asiáticos e africanos. Os efeitos da globalização e das propagandas para alimentar a indústria do turismo (a que mais cresce no planeta) são devastadores. No Kenya, por exemplo, a propaganda relativa a cultura local é feita de forma degradante para a maioria das tribos. As pessoas simplesmente são vistas como fontes de entretenimento e souvenires para os turistas, sem falar na falta de respeito para com a cultura (hábitos) da população e na prostituição, que também e suscitada pela propaganda distorcida de turistas brancos posando, em cartazes, ao lado de nativas em topless. De acordo com a jornalista Ludmilla Tutting, especializada em turismo ecológico, e difícil saber, atualmente, até que ponto as pessoas que se dizem turistas realmente o são ou até que ponto se comportam como novos exploradores-predadores. No Vietna, muitos nativos são explorados para posarem como modelos para fotos com turistas. Existe até mesmo locais que são apelidados de zoológicos de mulheres, onde nativas são exibidas para os visitantes. O Zimbabwe é um exemplo de boas intenções mas pouca prática. O governo local, de acordo com Ludmilla, está tentando implementar projetos de ecoturismo para fazer frente à crise econômica, mas quase sempre os programas são oferecidos em pacotes padronizados. Na Zâmbia, existem pelo menos 90 parques nacionais, além de museus, cavernas e palácios históricos, mas não há uma integração entre ministérios que possibilite a elaboração de bons roteiros turísticos. O que acontece é a degradação humana: muitas pessoas pobres ficam ao redor dessas áreas pedindo dinheiro para os turistas desorientados. Recentemente isto começa a mudar com a criação do Zambia National Tourism Board, uma espécie de comitê criado para disciplinar o turismo no país. Mas o que mais assusta - pelo menos em Bangladesh e no Nepal - é a atração de turistas totalmente alienados, que migram para esses locais em busca apenas de aventuras. Eles acabam gastando muito dinheiro em cassinos e poluindo o meio ambiente - por exemplo, com o uso de helicópteros para acessar áreas remotas em montanhas. -Muitos chegam a ir para esses locais pensando que estão em cassinos de Paris ou algo assim, critica Ludmilla, que escreve crônicas sobre os hábitos de turistas e relaciona as experiências nessa área a questão ambiental. Segundo ela, a distorção cultural chega a tal ponto que muitos turistas tentam criar paraísos artificais nos locais onde vão passar suas férias. É, pior que isso, a indústria alimenta tal tipo de comportamento. Outro problema analisado pela jornalista está ligado aos engarrafamentos que ocorrem nos grandes feriados, quando muitos turistas acabam causando mais danos ambientais e se aborrecendo do que se divertindo. Há ainda a questão dos esportes radicais que acabam se tornando ridículos e danosos ao meio ambiente quando praticados em áreas inadequadas.